quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Para quando uma solução?

O socorro na orla costeira contou desde sempre com a intervenção dos Bombeiros. Ao longo de décadas, as associações e corpos de bombeiros contaram com o apoio da Marinha, através do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), ou com meios próprios, adquiridos directamente, sem contrapartidas ou apoios oficiais. Nalguns casos, até antes do próprio aparecimento do ISN.

Ao longo de décadas, os corpos de bombeiros do litoral e, mais recentemente, do próprio interior, foram formados por homens do mar, especialmente sensibilizados para as questões da segurança naquele meio e vocacionados para ali entrevir, mercê dos acontecimentos e das experiencias acumuladas.

Por isso, desde do inicio, o mar foi algo incontornável para muitas associações de bombeiros, Ciente da experiencia ali acumulada desde cedo o Estado entendeu sabiamente tirar partido disso através na Marinha/ISN. Até há alguns anos, foi parceria forte e eficaz, mas com o andar do tempo, foi-se desmembrando e perdendo capacidade de resposta, por manifesta obsolescência do material e das próprias técnicas de intervenção.

Mesmo assim, os bombeiros foram mantendo o equipamento distribuído. Constava basicamente de material porta-cabos, para instalação fixa de cabos de vaivém para resgate de náufragos em navios encalhados junto à costa.

Este equipamento, como sabemos, rapidamente se tornou obsoleto, graças, por exemplo, ao recurso progressivo aos helicópteros. O ISN, entretanto, foi também atribuído algumas embarcações semi-rijas aos bombeiros, mas sem definir o futuro do restante equipamento porta-cabos.

A par disso, cientes da fraqueza desses meios e da falta de investimento do ISN – não por culpa própria, reconheça-se - , os bombeiros foram-se equipando com mais e melhores meios. Conhecedores das insuficiências económicas estatais, os bombeiros até chegaram a propor apoiar o funcionamento do próprio sistema de embarcação salva-vidas.

Estranhamente, essa disponibilidade foi sempre recebida com desconfiança, nalguns casos com desdém, e noutros com ironia. Ouvimos até dizer que, “se querem vir apagar fogos no mar, então está na altura de nós irmos apagá-los em terra”.

Esteve então em causa a possibilidade de se dotar o nosso litoral com uma embarcação salva-vidas transoceânica com características especiais, ainda inexistente em Portugal. O projecto acabaria por abortar por manifesto desinteresse da Marinha.

Ultimamente, o ISN informou as associações de bombeiros de que, como aconteceu, não iria renovar os seguros das viaturas que estavam atribuídas, confirmando assim o interesse na utilização desses meios. E o impasse mantêm-se sem qualquer evolução, a não ser o facto do ISN não pôde, ou não quis acompanhar essa evolução, a não ser o facto do ISN, nalguns casos, já ter retirado das associações as viaturas e equipamento que lhe estavam atribuídos.

Quando, há anos, os bombeiros foram os pioneiros no recurso às motas de água para o socorro no mar, o ISN não pôde, ou não quis acompanhar essa evolução. Fê-lo mais tarde, adoptando, afinal, os mesmos meios, mercê de apoios com que os bombeiros não puderam contar na generalidade, apesar de serem credores do esforço financeiro e humano pioneiro realizado.
Pelas mesmas razões do passado, a disponibilidade dos bombeiros para apoiar o socorro no mar continua a ser uma realidade, mas os resultados disso estão muito aquém do desejo dos próprios bombeiros.
Para dar a volta a isso, importa que a tutela esse área defina claramente o que quer dos bombeiros. E que estes, pelas experiencia acumulada e pela capacidade de resposta instalada, também possam dizer de sua justiça.


Autor: Rui Rama da Silva

Jornal Bombeiro de Portugal

Nota, mais um caso de um instituto público que se serviu dos serviços dos bombeiros gratuitamente durante décadas consecutivas, e depois virou as costas a quem o sempre apoiou, seria interessante os bombeiros a negarem-se a sair para situações de socorro marítimo e fluvial, gostaria de ver a capacidade de resposta o ISN e da Marinha.

Fénix
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domingo, 19 de outubro de 2008

Soldados da guerra Vs Soldados da Paz

A Autoridade nacional de Protecção Civil, lentamente esta a ser ocupada pelos “Generais do Restelo”, que são a terceira força constitucional do país, com um poder imaginável, constituído por pessoas oriundas das hostes dos três ramos das forças armadas, que vêm na ANPC uma forma de poder e impor as suas doutrinas.

A ocupação actualmente já ultrapassou os muros da ANPC, estendendo-se a outras entidades como o INEM, PSP GNR e a muitos corpos de Bombeiros, que foram tomados por militares, quer a nível de comando quer a nível de direcções, militares que muitas das vezes se recusam vestir a farda de Bombeiros, apresentando-se no locais de incidente com farda militar a comandar os seus homens, que por sua vez são Bombeiros.

Uma situação que lança algumas dúvidas e desconfianças em relação ao futuro, porque o socorro é um dos pilares mais importantes da nossa sociedade, que tem sido gerida a décadas pela sociedade civil, onde muitas das vezes não se faz melhor por falta de verbas a condizer com as necessidades.

A entrada dos militares no sistema pode ser benéfica ou prejudicial, os benefícios estão associados a forma hierárquica e na disciplina existente nas forças armadas, coisa que a sociedade civil perdeu com a abolição do serviço militar obrigatório, mas não podemos esquecer que o gume da espada militar não é nenhum bisturi, e as suas doutrinas aplicadas na sociedade civil, seria o mesmo que libertar os demónios do passado, onde os direitos dos civis são constantemente esquecidos ignorados.

Cabe aos nossos governantes decidirem o futuro do sector, e nunca se pode planear o futuro esquecendo o passado.

Fotografia : Nuno
Fénix
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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Formação dos Bombeiros regulamentada.

No dia 20 de Agosto de 2008 o despacho nº 21722/2008 veio regulamentar as matérias relativa à formação e instrução dos elementos do quadro de Comando, Carreira de Oficial e de Bombeiros.

O despacho será uma mais-valia para o sector dos Bombeiros Portugueses, dará a origem a uniformização da formação dos bombeiros a nível nacional e acabara com a possibilidade da existência de bombeiros sem formação ou de progredirem na carreira sem terem formação e conhecimentos devidos.

Analisando o respectivo despacho sobressai o elevado numero de horas de formação existente, que poderá limitar a entrada de novos estagiários “Recrutas” e originar a saída de muitos bombeiros do activo, por não conseguirem cumprir o que é imposto legalmente, porque cada vez é mais difícil ser Bombeiros em regime voluntário em Portugal, motivado com a grave crise económica e a falta de incentivos aos voluntários.

Como em tudo, somente é Bombeiros quem pode e não quem quer, uma caminhar cada vez mais evidente para a profissionalização dos corpos de Bombeiros a nível nacional, como existe a necessidade de saber a onde, quem e quando será administrada essa formação, porque até a data não existe formação para quem quer quanto mais para quem não quer.

Fénix
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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Verbete INEM

Uma das funções dos tripulantes de ambulância no exercício da sua actividade é resisto escrito de toda informação recolhida e avaliada do doente pela equipa da ambulância, desde do local da ocorrência até a unidade hospitalar. Informação que depois é passada aos médicos ou aos enfermeiros que recebem o doente.

Informação recolhida é primordial para o socorro e para o tratamento hospitalar do doente, informação que necessita de ser registada em documentos que acompanham o doente em todas as fazes, quer no socorro quer no tratamento hospitalar.

Actualmente existe um verbete de socorro do Instituto Nacional de Emergência Médica “INEM” onde as tripulações dos Bombeiros fazem o registo da informação recolhida e avaliada do doente. Mas o verbete que esta desactualizado a décadas, apresenta erros de técnicos e somente permite uma avaliação dos parâmetros vitais, como existe pouco ou nenhum espaço para registar a informação recolhida, com agravante do mesmo verbete ser também se uma forma de pagamento, o original do verbete é enviado para o INEM para se proceder o pagamento do serviço.

O Verbete devia ser totalmente renovado pelo INEM, como as entidades responsáveis pelos Bombeiros portugueses deviam criar um verbete nacional com os mesmos propósitos, porque verbetes INEM somente para os PEM e completamente desactualizados e desenquadrado para as necessidades profissionais diárias.

Fénix
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sábado, 4 de outubro de 2008

Bombeiros, o sucesso e a eficácia do DFCI

São a maior força de combate a incêndios florestais existente em Portugal, constituída por mais 4800 elementos permanentemente, composto por 728 viaturas de combate ECIN a e 439 viaturas de apoio logístico ELAC, espalhadas por todos os distritos do continente, essa é força dos Bombeiros mantêm uma eficácia 100% nas suas missões.

São os primeiros a pisar o campo de batalha e os últimos abandona-lo, conhecem o campo de batalha e as suas armadilhas, uma batalha onde o inimigo não faz reféns, não faz tréguas, uma luta desigual, onde os erros pagam-se com a própria vida. Assim a disciplina, conhecimento e equipamento é a melhor arma que possuem, e os que os une é a arma secreta, que faz avançarem no terreno quando os outros recuam.

São equipas criadas sazonalmente nos quartéis de Bombeiros nas épocas de verão, constituídas por bombeiros, que durante o ano todo seguram os diversos tipos de serviço de socorro as suas comunidades, quer em regime profissional quer em regime voluntário, que durante o verão dão mais disponibilidade além que normalmente são obrigados a dar anualmente, para formarem as equipas de ECIN e ELAC, muito mal pagos e constantemente ignorados pela estrutura, mas são eles intervêm em todas operações de combate a incêndios florestais nas suas áreas de actuação próprias AAP, e frequentemente usados para criarem os grupos de combate ou de reforço a incêndios florestais, que percorrem o país de lés a lés para dar apoio aos corpos de Bombeiros que necessitam de ajuda.

São esse homens e mulheres que se deve a eficácia do DFCI, que exigem serem tratados de forma idêntica as outras identidades recentemente criadas pela ANPC para comporem o DFCI, elementos que nunca viraram as costas ao seu país em qualquer momento, mesmo quando os órgãos de subornaria do seu país que lhe viram as costas constantemente.

Fénix
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